Depois de algum tempo sem
escrever, tento pegar a cancha novamente e confesso que estou meio enferrujado,
pois por mais que concebo ideias, não estou conseguindo transpô-las para esse
pedacinho de tela branca que aparece na minha frente.
Como todos sabem, após a mudança
de local da “Pelada do Rocha”,
muitos atletas deixaram de comparecer a “Arena
Richard Iza Pampulha Park”, alguns por motivos profissionais, outros
pessoais, outros porque a bola estava atrapalhando o relacionamento amoroso,
além daqueles que descobriram que futebol não era seu negócio. Mas enfim, com
muito custo a pelada vinha acontecendo todos os sábados, algumas vezes com número
de atletas o suficiente para completar dois times.
Como todos já sabem, porque vem
acompanhando nossa história ao longo destes anos, nossa turma começou a jogar
juntos um pouquinho antes da AFBDMG acabar e continuou a se reunir aos sábados
para uma pelada, mesmo após o final da associação.
Neste tempo, muitos tiveram
participação importante para a sobrevivência da pelada, como por exemplo Luciano
e RelaGol por acharem o Grêmio Espanhol, Hamilton e Rocha por serem por algum
tempo os responsáveis pela administração, Oswaldo por estar sempre pronto a
resolver alguma questão extra campo, Paulo Beth pela ajuda financeira quando o
caixa estava meio comprometido, pelos gastos do Rocha em suas viagens, Pereira “Avacalhado”
pela guarda das redes, que sumiram, o Clinton por assumir a função de
tesoureiro, o Marco Antônio que leva as laranjas e melancia, diga-se de
passagem sem descascar e quentes, o Cristiano pela água gelada, e outros que
agora peço desculpas por não lembrar, mas que com certeza contribuíram de
alguma forma, principalmente financeira, para a continuidade da pelada e tem o
agradecimento de todos nós.
Hoje em especial, quero agradecer
a dois irmãos que não lembro como chegaram na pelada, mas que tornaram-se referência
na pelada, tanto pelo futebol quanto pela amizade e gentileza que dedicam aos
antigos e principalmente por serem os responsáveis hoje pela sobrevivência
deste evento que chamamos de “Pelada do
Rocha”. Gilson e Nélio, Nélio e Gilson, não importa a ordem sempre estão
juntos, são exemplos de simplicidade e honestidade.
Outro dia na resenha, ou ainda a
beira do campo, não me lembro bem, Luciano comentou sobre como a pelada
melhorou, tanto pela injeção de juventude, quanto ao bom futebol jogado e isso
é o resultado do esforço dos irmãos em continuar frequentando um ambiente
saudável como é nossa pelada e trouxeram para perto de nós sua família, ai
incluindo seus amigos mais chegados.
Nesta turma tem pai e filho que
batem um bolão, e é claro que Gustavo joga o fino da bola por causa do Vilson,
vejo a preocupação que ele tem com o filho, tanto na hora de reclamar de um
passe mal dado, quanto no elogio do lançamento bem feito.
Outros atletas levados pela
família, também enchem os olhos daqueles que sabem jogar, Alan, Daniel, Mateus,
João Carlos além de saberem jogar são rápidos e nos obrigam a pensar rápido, e
é claro, que muitas vezes devem se arrepender de passar a bola para os mais
velhos, pois nem sempre o corpo acompanha o raciocínio.
Não só atletas clássicos e jovens
que chegaram através deles, outros como coruja, que não é velho, joga em todas,
não com a rapidez e categoria dos outros, mas sabe bater bem na bola, a trata
com intimidade e chama a redonda de você.
Uma surpresa levada pela dupla de
irmãos, foi o zagueirão Carlin, confesso que quando o vi pela primeira vez,
pensei comigo “esse o Nélio e o Gilson, trouxeram para completar”, mas quebrei
a cara, o zagueiro é forte e sabe jogar, antecipa bem e não é da escola de
Rogério “Parente” , Pereira “Véi” e Paulo Beth que valorizam o homem.
Não ia deixar de falar de nosso
goleiro Graziane “O Genro”, apesar de seu temperamento explosivo é um goleiro
que todos querem no seu time, menos o Rocha, pois sinto que com ele no gol
adversário tenho mais chances de sair do zero na Arena.
Bom, para terminar quero
novamente agradecer em nome de todos os integrantes da “Pelada do Rocha” ao Gilson e ao Nélio, que tiram nossa pelada do
CTI e nos deram a chance de permanecer jogando bola ao invés de irmos para a
Praça Sete, jogar dama.