terça-feira, 20 de outubro de 2015

UM GOLE E UM GOL












Me surpreendi ao chegar na pelada e me deparar com aquele goleiro, defensor, catador, que há meses não comparecia em nossos encontros futebolísticos. Era nada mais, nada menos que o implacável Izalino. Vendo-o no time adversário, sabia que estava diante de um grande desafio. Hum!!!  Não seria nada fácil.  O insuperável sempre se agiganta debaixo daquelas traves.

Chutei a primeira bola e quase logrei êxito. Quando passava por debaixo da sua perna, tirou-a com o esporão. Aff!!!

A segunda bola que também chutei, não entrou. A terceira, também não. Pensei... marcar um gol, será um intento quase impossível. Mas nunca podemos desistir, por maior que seja o nosso oponente.

Lembrei-me dos ensinamentos do Petrônio, que, com sua astúcia, experiência e conhecimento, dizia (não exatamente com essas palavras) que  precisávamos despertar o nosso lado persuasivo diante barreiras intransponíveis.

Vendo aquele goleiro se esforçando debaixo daquele calor de quase 40 graus, entendi que merecia uma água geladinha. E como bom moço, não poderia perder aquela chance de demonstrar o meu lado benevolente.

Não sou de levar garrafinhas para o campo, mas no meu dia de sorte estava com uma “squeeze” que poderia ser útil.  Enchi-a de água e nessas horas, temos que nos lembrar dos ensinamentos. Ofereci-a ao implacável goleiro que suado, não resistiu. Bendita aguinha!!!

Um sorvo foi suficiente.

Não quero me ater aos detalhes, mas vou finalmente consumar o fato:

Ao receber um belo passe do Barbosa, numa bola que vinha a meia altura, vi o goleiro meio confuso, olhando para mim como se fosse aquele personagem do  vesgo “Leão do Daktari”, mas me refiro a um antigo filme, em que o leão enxergava quatro imagens a sua frente.
Óbvio que somente isso não bastava, porque mesmo assim, com os meus humildes e milimetricamente 1,594... cm de altura,  tive que usar do meu modesto talento, para me antecipar àquela bola e guardá-la de cabeça ao lado da trave, no fundo da rede, numa trajetória precisa, a que intitulo o gol  de cabeça “ horário de verão”, que abre a nova temporada 2015-2016.

Se ficou meio confuso, não importa. O goleiro que bebeu daquela água, também ficou.

BY TATU