Sábado arrebentei a boca do
balão. Havia muito tempo que não jogava tão bem e olha que o meu time não era
tão bom quanto aos formados pela juventude que hoje domina a “Pelada do Rocha”.
Mas sabe aquele dia, que você
joga tudo que sabe? Pois é, eu estava neste dia, correndo, fazendo lançamentos “a
lá” Pepe da “Nasa’, defendo com unhas e dentes quando nosso time era atacado e
francamente fazendo o que não fazia já há algum tempo na pelada, marcando gols
simplesmente inacreditáveis, não sei se os goleiros adversários ficaram
boquiabertos com minhas jogadas de classe, mas que levaram uma chuva de gols
isso levaram.
Olha, só para ilustrar, um gol,
que devia mandar fazer uma placa, de tão bonito que foi, que vou resumir como
foi, pois ficaria até o sábado que vem, descrevendo como peguei a bola na saída
de nossa área, fingi que ia chutar e o primeiro adversário tomou logo uma
caneta, veio outro e com uma ginga de corpo, lá se foi o outro marcador. Neste
momento já estava no meio de campo, fingi novamente que ia fazer o lançamento
para a ponta esquerda e logo veio o marcador que ficou na saudade, pois tomou
aquele chapéu que tira a medida. Avancei freneticamente em direção ao gol,
olhei o posicionamento do goleiro adversário e chutei, a bola foi indo, foi
indo e já escutava a torcida gritar meu nome, aquele que me é mais carinhoso, Ró, Ró, e ai senti um baque, como se fosse uma
entrada desleal, que mexeu com meu corpo todo, e para dizer a verdade, a imagem
que vi, era inacreditável. O zagueiro tinha a cara da minha mãe e ainda dizia “
você não vai comprar pão não?.
Fazer o que né? Sonhar faz bem e
alivia a alma.