Ser ou não ser. Eis a questão.
A frase vem da peça A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, de William
Shakespeare. Encontra-se no Ato III, Cena I e é frequentemente usada como um
fundo filosófico profundo. Sem dúvida alguma, é uma das mais famosas frases da
literatura mundial. Então vem a minha questão filosófica:
Parar ou não parar de jogar pelada.
Eis a questão.
Tenho pensado muito
ultimamente em para de jogar bola aos sábados na Pelada do Rocha. Já fazem
alguns anos que meu futebol não é o mesmo, muito pelo excesso de peso, como também
pelo condicionamento físico, esse último o mais importante dos fatores que
estão me levando a refletir sobre a questão. Mesmo porquê já vi atletas muito
mais pesados que eu, conseguirem jogar bola com um resultado melhor do que o
meu na pelada.
São vários fatores que hoje me
fazem pensar em parar. Alguns deles já fazem parte da minha vida amadora há
mais de duas décadas, principalmente quando tive o ligamento cruzado anterior
rompido no campo do inconfidência, jogando em um sábado à tarde, além de mais
três cirurgias para retirar os meniscos. Existem também outros fatores, como
gandaia na sexta-feira, desânimo e por aí vai.
Hoje, para fala a verdade, não
quero mais jogar, mas fico com um sentimento de culpa, principalmente quando
recebo mensagens de amigos da pelada falando que não posso parar, não são
poucas as mensagens. Considero-as como verdadeiras e isso causa um dilema
tremendo, que não estou conseguindo resolver.
Já são mais de dez anos
jogando com a turma, alguns antigos ainda permanecem, outros continuam chegando
e fica difícil decidir parar de uma vez. Todos sabem que gosto de jogar bola,
mas também gosto de andar de motocicleta e essa paixão pelas estradas tem
levado uma vantagem enorme na minha decisão. Hoje estou mais para aquele peladeiro
que só vai na resenha ou aquele que vai dar o pontapé inicial na pelada de
final de ano.
Enfim! O que fazer? Paro ou
não paro. Continuo fingindo que vou jogar bola ou vou andar de moto. Eis a
questão.