domingo, 1 de maio de 2011

CHEGANDO DE MANSINHO


Tem um atleta que começou meio timorato na pelada, sem uma posição definida ou lugar certo para atuar dentro do campo. Talvez por estar no meio de pessoas ainda estranhas ao seu convívio, ali nas partidas, isso sem falar na sua falta de forma e condicionamento físico. Era nítido o seu cansaço ao menor esforço, chegou a levar seu filho em um desses eventos, e deve ter decepcionado o rapaz ou melhor,  talvez, nem fosse tão novidade assim para o garoto, que já tivesse acostumado a ver as mazelas de um “traPAIlhão”. No início percebemos que todas as vezes que chutava uma bola, caia e ao ser interpelado por essa atitude, disse que o problema era da chuteira,  que estava com o solado desgastado, sabe-se lá o que ele fazia com aquelas chuteiras, porque jogar bola era inimaginável por suas apresentações até entã, mas parece que o atleta queria mostrar serviço e justificar que o estado da sua chuteira,  foi a longa estrada da vida, percorrida pelos seus mais de 40 anos (idade cronologicamente diminuída para não perder um amigo). 
Uma coisa nos surpreendia pela contradição, pois dizem que todo canhoto tende a ser bom de bola, será que o destino lhe premiara com uma faceta negativa, um castigo ou talvez um pé trocado, sei lá,  a natureza também deve ter seus defeitos. 
Só consegui imaginando o cara, usando aquele pé, apenas para subir no ônibus, o pior é que me senti responsável por levá-lo até ali tinha que tomar alguma providência. 
Então como bom animador, praticante da boa fé, emprestador de livro de auto-ajuda e vídeos de futebol (das minhas jogadas é claro), sempre o encorajei , dei apoio moral e estimulei aquele moço, inclusive, a comprar um novo calçado para a prática do futebol  em gramado. 
Foi a partir desse momento, que o então  Marco Antônio, de chuteiras novas, passou a fazer jus ao título dessa história, chegou de mansinho e foi a cada sábado, mostrando sua habilidade em participar de jogadas com ótimos desfechos,  algumas se encerram  com belos gols de sua autoria é um golzinho aqui, outro ali e por aí foi.
 O rapaz foi ganhando a confiança do grupo e atualmente ele já consegue assentar-se a mesa para participar da resenha,  satisfeito pelas suas boas exibições,  melhorou esplendidamente, mas para aprender a pedalar, dar aqueles chapéus que faço sob encomenda, dribles fantásticos e variados,  jogadas de calcanhar,  sei  lá o que (nome de umas jogadas que nem eu mesmo sei como eu  faço), ser um exímio lateral atuando  defensivamente, poderá levar anos.
Contudo, a sua participação é indispensável para um time que quer vencer, por isso, queremos tê-lo ao nosso lado, porque ele é sempre um bom companheiro.
As minhas homenagens e felicitações

AUTOR: WENDERSON

 

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