sexta-feira, 13 de maio de 2011

RELAGOL X REINALDO




Reinaldo foi um grande jogador. Considerado o maior ídolo do Galo de todos os tempos, a torcida até hoje o venera, chamando-o carinhosamente de “Rei”. Sem dúvida, Reinaldo era craque, mas há quem diga que Rela era mais.
Por que então, Rela não “estourou”? Por esses acasos que só o destino pode explicar. Aliás, Rela teve com um pé no Galo, e vinha sendo preparado na “calada da noite” pelos homens fortes do Atlético, que apostavam todas as fichas nele, para se tornar o maior matador já visto nos gramados brasileiros.
Aí, Reinaldo surgiu do nada e os dirigentes tentaram uma “jogada de mestre”. Deixar aquele menino jogar uma ou duas temporadas, “fazer dinheiro” com ele, e finalmente, lançar o Rela, ou RelaGol, como já era conhecido no meio esportivo, tamanha a facilidade de guardar a bola nas redes adversárias.
Foi aí que o destino entrou caprichoso. O então garoto Reinaldo começou a fazer gols e caiu nas graças da torcida, obrigando os dirigentes a repensar o “Projeto Rela”.
A esta altura do campeonato, times como o Flamengo, Vasco, São Paulo, e dizem até, Barcelona, começaram a fazer investidas em cima do “RelaGol”, que não querendo “queimar etapas” indo para o exterior logo cedo, e temendo uma difícil adaptação às cervejas do Rio e São Paulo, preferiu assinar com o Cachoeirinha Futebol Clube. Oras era onde morava, tinha seus amigos (só os melhores de cada família), aquelas mulheres de passado duvidoso, e conta em todos os botecos do bairro, porque verdade também seja dita:
_ “Se Reinaldo era “gênio”. Rela era “garrafa”.”
Foi nessa época então que Rela passou a desfilar toda sua categoria no time do Cachoeirinha com a promessa dos dirigentes de que, rapidinho, substituiria o Rei na equipe do Atlético? Só que o tempo foi passando, passando... E a cada jogo, Reinaldo fazia gols e mais gols, e era aclamado pela torcida do galo, o que praticamente determinou a carreira do “Rela”, que num rompante de fúria, declarou que Reinaldo não era tudo aquilo. Ele disse que a partir daquela data, para cada gol de placa que Reinaldo fizesse, ele tomaria uma caixa de cerveja.
Não se sabe se foi raiva ou convivência, mas hoje, mais de vinte anos depois que o Rei parou, “RelaGol” está tomando cerveja por conta daquela declaração. Depois disso, RelaGol perambulou por equipes de menor expressão, como o “De Repente Futebol Clube”, “Amigos do Danielzinho”, “Associação da Prefeitura”... Porém, sempre fazendo suas jogadas maravilhosas. Tão perfeito nas finalizações, que alguns até o chamavam de “Van Rela”, numa alusão ao craque holandês, Van Basten.
Mesmo assim, ainda hoje existe quem afirme que se o RelaGol tivesse sido lançado ao mesmo tempo em que o “Rei”, esse, mesmo com todo seu futebol, seria “estrela” de segunda grandeza, diante do “RelaGol”.
Outros declaram que houve o “dedo” do Rei, que articulou sorrateiramente, para que o “RelaGol” nunca estourasse, tomando assim, o seu trono. Mas tudo isso é especulação. O que realmente se sabe, é que, apesar do passar dos tempos e de toda a cerveja, “RelaGol” está igual a vinho: “ Quanto mais velho, melhor”. Continua implacável na arte de fazer gols bonitos, como ele mesmo insiste em dizer:
_ “Se é pra fazer gol feio, eu não faço”.
Polêmicas à parte, e apesar das opiniões divididas, a dúvida resiste:
Quem foi mais genial: Reinaldo ou RelaGol?
Eis a pergunta que não quer calar!
AUTOR : FÁBIO ALMEIDA

Um comentário:

  1. Tive uma pequena parcela de contribuição na carreira espetacular do "Relagol" dando alguns passes para seus gols.
    Abraços Matador.
    Magnus (Chocolate)

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