terça-feira, 31 de julho de 2012

REDIMINDO-ME



Dileto e prezado Wenderson

Peço perdão ao amigo em meu nome, e tomo a liberdade de fazê-lo pelo Rocha, pois tenho certeza que ele compartilha nesse caso, das mesmas ideias e do mesmo sentimento.
Como sempre faço questão de frisar, não sou profissional nem do universo futebolístico, nem do universo literário, mas "enxerido" que sou me arrisco em ambas às searas, e mais pretencioso ainda, tento mesclar seus elementos.
É o que tentei fazer em meu texto "Tem cobra no ninho", mas constato que não fui feliz, pois, com o objetivo de enaltecer as reverências do amigo, acabei despertando no mesmo o desagrado. Mas apresso-me a me explicar.
Se você observar com mais atenção, a essência do texto é um elogio "rasgado" à forma como o amigo escreveu o texto anterior. Acontece que sou admirador incondicional do "estilo barroco", que prevaleceu no nosso país há mais de quatro séculos, mas ainda é um dos recursos mais admiráveis que temos em nosso universo literário. Nele, os jogos de palavras, de ideias e metáforas são predominantes, e quase sempre o que se lê, deixa claro que o que quer se dizer, é o oposto, ou algo muito distante do escrito.
Mas, o amigo não deu ênfase, nem destacou que no mesmo texto fiz-lhe reverência, comparando-o a Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores escritores de nossa história. Ao escrever que usou um "vernáculo só de trivela", quis dizer que o nosso amigo, não só usou palavras "ricas, fortes, importantes", que demonstram o ótimo grau cultural, como registrei "só de trivela", que é um "toque refinado" na bola, que só os craques sabem fazer com maestria.
Quando recorri ao "filhote de cruz-credo", na verdade eu quis demonstrar um grau de intimidade, sem direito a dupla interpretação, claro, para com o amigo, ao mesmo tempo em que permitisse a quem lesse, soubesse como nos tratamos, sem maldade, mas em tom de brincadeira, quando estamos descontraídos, jogando ou a beirada do campo de futebol. Fui infeliz.
Também fui infeliz ao referir ao amigo, escrevendo "filho de uma que ronca e fuça", pedindo-lhe perdão, mas juro que a minha única intensão, era fazer lembrar aquele que considero o maior ator brasileiro da minha geração, Lima Duarte, que usava esse termo referindo-se ao personagem de Fábio Junior na novela "Roque Santeiro", e que todos sabiam, era o galã que pegava todas as mulheres do folhetim, inclusive a filha do "coronel", ou seja, quis eu, fazer uma Inter textualização, comparando o amigo ao galã talentoso da novela, que era citado pelo seu desafeto, o "coronel", justamente por ser destacado, brilhante nas suas empreitadas.
Enfim, "passarinho ruim, cobra tem que comer no ninho..." também não tem nenhuma intensão pejorativa, é um elogio dito às avessas, querendo dizer que se eu e o Rogério não nos cuidássemos, você nos "atropelaria" com textos mais interessantes, tanto que termino, sugerindo ao Rocha, que teríamos que escrever outro livro, em função da sua brilhante escrita.
Seria um elogio também.
Mais uma vez, peço perdão ao amigo, e isso me servirá de lição de agora em diante: vejo que não estou preparado ainda, para sair do estilo convencional e tradicional de transmitir mensagens por meio de textos, embora saiba, e creio que todo mundo, que tanto ofensas como elogios sistemáticos, se tornam sem brilho e enfadonhos.
Espero que esse "pergaminho" esclareça o mal entendido, e que sirva de motivação, não só para esse habilidoso ala/atacante, mas para todos os amigos que se encorajarem a se arriscar no universo da escrita. Quem se se arrisca sabe que é mágico, e muito gratificante, embora nos proporcione alguns tropeços.
Um abraço para companheiro de campo e de teclado!

 Fabinho

Um comentário:

  1. Esse blog vai longe , a criatividade e o carro chefe !!!Parabens continuem firme !! abs Rangel

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