sábado, 11 de agosto de 2012

EXPERIÊNCIA VS JUVENTUDE


Ao ler os dois últimos textos publicados pelo presidente Rocha e pelo nosso magistral técnico Fabinho, respectivamente, fiquei me perguntando o que os levou a publicar tais palavras. Teria alguém, ou até mesmo eu, dito algo que poderia ter ofendido os amigos da pelada?

Fiquei refletindo alguns pontos dos textos e cheguei a achar que o melhor era deixar de participar da pelada por ter entendido que os jovens da pelada estão no lugar errado e fazem a pelada perder a graça. No entanto, resolvi escrever este texto como forma de organizar minhas opiniões sobre o assunto e externá-las aos colegas.

Atualmente pratico futebol duas vezes na semana (se meus joelhos aguentassem certamente seriam mais vezes). Na pelada de terça-feira, a maioria dos atletas são jovens, com os mais velhos chegando no máximo aos trinta e poucos anos. É uma pelada forte, corrida, brigada mas com bom nível técnico e que eu gosto muito de jogar. Para conseguir sobresair é preciso se utilizar de vigor físico e velocidade. Caso contrário, certamente, o destino seria a famosa "de fora".

Aos sábados, "Pelada do Rocha". E, apesar dos elogios tecidos à pelada de terça-feira, sinto-me privilegiado em poder participar da nossa pelada aos sábados pela manhã. Esse sentimento é por poder estar em campo com muitos atletas que, se hoje a idade não os permite correr como ontem, possuem ainda a inteligência que os anos de futebol os ensinaram. Direta ou indiretamente, seus conhecimentos são repassados a mim e aos mais jovens, seja através de um toque de classe, um lançamento, um arremate ou de uma boa conversa sobre posicionamento, táticas e outros "detalhes" do futebol.

Acho admirável atletas como Osvaldo e Rogério Parente que, muitas vezes menosprezados por sua idade, roubam a bola de nós, os mais jovens, com admirável destreza. Sem força física, sem velocidade. A única técnica utilizada é a mental, a que dita o tempo certo para o bote, técnica essa que, nós, os mais jovens, se tivermos sorte, vamos aprender ao longo dos muitos anos de futebol que nos aguarda.

Artilheiros como Relagol que não fazem muito esforço para chegar em certas bolas, por vezes, inflamam a ira de seus companheiros de equipe. A bola tem que ser no pé. Muitos ficam irritados com o estilo de jogo do matador. Mas, a partir do momento que se entende como funciona o futebol do jogador, tudo muda. Isso tem acontecido comigo ao longo desse ano que venho participando da pelada. Se outrora achava ruim não ter um jogador com mais vigor físico para definir a jogada, hoje em dia busco me adequar ao estilo de jogo de quem está ao meu lado. E, apesar de em suas últimas exibições nosso artilheiro ter desperdiçado alguns gols dignos de entrar para o Inacredtável Futebol Clube, todos nós sabemos que, se a bola chegar no seu pé, dentro da área, como ele espera que passemos a ele, não tem pra goleiro nenhum.

Citei o Relagol pois já entramos em atritos algumas vezes. Eu querendo correr mais do que as pernas e lançando "na velocidade" pra ele enquanto ele esperava a bola no pé.  Nas últimas duas ou três peladas que jogamos juntos, no meu entendimento, tivemos um bom aproveitamento e pude até brincar com o fato dos gols que ele fez a partir de minhas assistências. Isso é muito legal e torna o nosso futebol mais divertido.

Aos mais experientes, tenham paciência conosco. Afinal vocês também já foram jovens e assim como nós, já sentiram a sensação de que podem resolver a partida sozinhos, como muitas vezes tentamos fazer. Se hoje não ousam fazer isso não é só porque o corpo não aguenta mas também porque sabem o que realmente significa 'jogar futebol'.

Pra finalizar, peço descupas por mim e os demais "jovens" da pelada caso tenhamos faltado com respeito aos mais experientes em alguma ocasião.

Grande abraço a todos,

Rodrigo Berola

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