sexta-feira, 10 de agosto de 2012

QUEM SABE MAIS, SOFRE MAIS


Vendo o desabafo do amigo Rocha, saio em sua defesa, e hão de dizer que estou "defendendo causa própria em corpo alheio."
E é mesmo.
"O maior bem da vida é a juventude", dizia o velho Pagé ao índio Tibicuera, e ele tinha razão. É na juventude que temos mais energia, mais disposição, é na juventude que conseguimos alcançar, ou preparar a vida para os grandes feitos.
Para quem joga bola, não resta nenhuma dúvida, quando jovem é que somos capazes de mostrar a todos, nossas habilidades, nossas proezas, e nesse particular, pessoas como Rogério e Petrônio que vi jogar jovens, e muitas outras que não vi, mas quando vejo "tocar na bola", já sei:
- é do ramo.
E quem jogou um pouquinho como nós, depois de "velho", a paixão não acaba, e não conseguimos "largar o osso", e insistimos em correr atrás dessa que é nossa paixão:
- a bola.
Mas o preço é "caro", depois de velho descobrimos que nem todos têm um bom trato com o "artigo", sendo assim, fica difícil ajuntar quórum com pessoas da mesma faixa etária, que saibam tratar bem a bola, para jogar uma "pelada". Aí, temos que nos sujeitar a jogar com outros que nunca jogaram , ou como nós, que somos a caricatura de nós mesmos, ou jogar com jovens, que não têm trato com a mesma, mas se prevalecem pela saúde e juventude, ou ainda, outros jovens, que por ter um pouquinho de trato com a bola, também se prevalecem, e ainda por cima, acabam desprezando os mais velhos, sem nenhum respeito ao seu passado futebolístico.
Dói, não dar conta de fazer mais o que fazíamos com destreza e facilidade, mas dói mais ainda, não conseguir juntar um grupo de pessoas da mesma faixa etária, que tenham consciência que o futebol, para nós hoje, é só para não perder as lembranças e nos sentirmos incluídos socialmente.
Mas é difícil, e dói ainda, e talvez mais, quando a falta de respeito vem agregado da falta de educação. Já sem a posse da "juventude", ainda se tem que aturar desaforos, xingamentos, desprezo, agressões morais, desdém e gente se gabando, não por brincadeira, mas com convicção, de que é "craque".
Por isso não é bom envelhecer, quando se trata de "bola": se quisermos continuar próximos dela, temos que aturar tudo isso, falta de respeito, falta de educação.
E é principalmente por isso, amigo Rogério, que tenho me afastado cada vez mais do futebol, creio que não é justo passar por isso, depois de ter passado por tantos momentos gratificantes com ele.
Está deixando saudade, mas é o preço da "velhice".
Ah! Meu amigo, não se esqueça de que, quando jovem, você não batia pelada com os mais velhos, porque não tinha tempo, era muito requisitado para jogar torneios e campeonatos, com gente da sua idade.

2 comentários:

  1. O mal, da juventude é pensar que nunca ira envelhecer. E que terá o seu avantajado preparo físico para correr atrás da bola para sempre, tal qual nem sempre tratando sua majestade a bola como ela merece com toques refinados.
    Cristiano

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  2. O pior de tudo Fabinho é apesar do raciocínio ser rápido, nosso corpo já não responde.
    Agora o melhor de tudo é que mesmo assim, ainda continuamos a ser diferentes na multidão.

    ROCHA

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